Nunca abri alas a um brainstorming de pitacos. Mas eles sempre surgem, sem que sejam chamados, nas horas mais inesperadas. Principalmente em relação à minha escolha profissional.
Por que é tão difícil das pessoas simplesmente não comentarem as decisões alheias, né? Aceitar, eu já nem espero mais. Bastaria o silêncio respeitoso. Empatia? O mundão deve achar que é de comer… ou uma palavra bonita para rechear discurso, mas que na prática, dá para contar nos dedos quem a exerce.
Esses dias estava por aí, comentando dessa crise, das economias que a gente faz no dia a dia para driblar algumas situações em casa – sem nenhum momento reclamar – e me veio a pergunta: “Nossa, mas você com esse currículo tão bom, por que não vai trabalhar numa multinacional”.
Da pergunta, segue aquele olhar em que, independentemente da resposta que eu desse, o pensamento deveria ser algo como: “ahhh se acomodou”. Tipo o advogado Frank, de “How To Get Away with Murder”, quando questiona a nova estagiária de Annalise (viciados em séries, entenderão).
Tem olhares que falam!
E diante deles, alguns questionamentos pairaram em minha mente nesse momento: “o que economia doméstica tem a ver com minhas decisões profissionais?”, “como fulana sabe quanto que ganho trabalhando de casa para supor que uma multinacional padaria mais?”, “devo mesmo satisfação das minhas decisões?”, …. e por aí vai.
Cada indivíduo, uma escolha. Obviamente eu não tenho a minha conta bancária sempre gorda, como era quando trabalhava no mundo corporativo, afinal empreender nesse país é um ato quase heróico. Ainda mais como autor. Porém, tive meus porquês e certamente, o maior deles foi poder eu ditar meu tempo, e assim conseguir participar ativamente da vida da minha filha (coisa que não conseguiria na área em que trabalhava antes).
Sei que tem quem consiga dar conta, mas no meu caso, eu sabia que eu não teria como ser uma mae presente e uma funcionária exemplar. Então optei por sair, pois acredito que se a gente não acredita no jogo em que está, ao invés de mudar o time todo, é melhor procurar outro caminho. E segui o meu. Como cada um segue o seu, com seus erros e acertos, mas sempre levando sua realidade em questão.
Aí chegam essas opiniões, sem que eu pedisse, num momento em que a conversa nem tava para esse rumo. Será mesmo que quem opina nunca pensou que eu já pensei inúmeras vezes em hipóteses na minha vida antes de tomar minhas decisões?
Ou será que a vida dessa pessoa é tão bem resolvida que talvez possa começar a avaliar a alheia?
Ai gente. Pára. O dia que eu achar válido, que eu perceber que tá na hora, posso voltar. Nada é definitivo, mas o timing, eu quem defino. Não será pelo fato de ninguém ter me indicado, e sim por necessidade UNICA e exclusivamente minha e de minha família.
Um beijo, Marrie
Leia mais em:
Minha decisão de pausar a carreira promissora para ser mãe em tempo integral
De economista, passando à dona de casa e agora empreendedora digital
Não levo mal a todos os pitacos das pessoas , tb levo em consideração que as pessoas não sabem onde pode machucar ao dar opiniões dela .
Chegamos no ponto da vida que todos estão chatos os que opinam e os que não gostam de opinões. Não tem conversa alegres pq você tem medo de falar qq coisa
Então, eu não acho que deva ter medo. Mas no que tange decisões que não cabe a nossa individualidade, eu só opino quando me perguntam.
A grande maioria dos papos vem de algum assunto que todos opinam sem querer
Só iria conversar com alguém sobre algo da minha vida no momento que eu aceite que ela vá comentar algo , positivo no meu ponto de vista ou negativo no meu ponto de vista .
Se você não quer ouvir opinião não converse o assunto . Simples .
Quando uma pessoa que tem uma visão muito superficial da sua vida , dá uma opinião dela , cabe você mostrar o seu ponto ou aceitar e guardar amor .
Por isso sempre compartilho seus textos, as suas palavras é sempre o que quero dizer
❤️❤️❤️
Vc escreve tao bem Marrie! Me identifico com sempre com suas palavras sempre!
Obrigada, Tati ❤️😘
Pessoas deveriam cuidar mais da sua própria vida a dar pitaco na vidas alheias cada um faz a sua escolha
Nada do que fazemos é suficiente. Trabalho nos buffets, no blog e faço questão de ser presente na vida da minha filha. Às vezes escuto de cliente: mas pq vc não abre o buffet de manhã, tem outro emprego?
Amei
Jooy Oliiveeira
Literalmente um saco! Infelizmente o lado negativo da maternidade sao os palpites, sempre desnecessários, antes me incomodava muito hoje tento fingir que nao escuto kkk
Os palpites alheios comecam junto com o positivo do teste de gravidez. .
Não tenho saco kkkk
Exatamente!!!🙈