Por que resolvi mudar minha filha do tradicional para o Jardim de Infância Waldorf?
Clara frequentou uma escolinha Construtivista, mas com bases Antroposóficas antes de nos mudarmos para o interior. Quando decidimos pelo nosso caminho de volta, eu não conhecia muito bem as opções na cidade que, apesar de ter nascido nela, me distanciei por 10 anos, voltando esporadicamente só para ver a família.
Decidi então matricular a Clara na escola que eu estudei a vida toda, com metodologia tradicional. Fiquei muito feliz de ver vários profissionais, desde a época que eu estudei lá, ainda como quadro de funcionários da escola. Clara teve seu processo de adaptação ao método, mas hoje está super feliz.
Até que eu soube que tinha uma ótima escola Waldorf na cidade. Amo a Antroposofia, mas conhecia pouco da pedagogia Waldorf (leia mais aqui). Então, já de cara e ouvindo muitas pessoas cheias de opinião sobre a metodologia, mas pouco conhecimento profundo sobre ela, acabei ficando insegura.
Mas algo dizia que eu precisava estar lá, e saber mais daquilo.
Então, de mansinho, fui me aproximando da escola, sem minha filha estar lá. Fui experimentando o método, num mergulho solo. Estudei um semestre de Antroposofia, frequentei alguns encontros, algumas festas. Fiz amizades com algumas pessoas de lá. E fui me envolvendo pouco a pouco também pela filosofia a qual eles aplicam na educação infantil. Sobre o respeito à individualidade da criança, às suas aptidões, ao desenvolvimento do ser humano como um todo e não apenas naquilo que se é medido nos vestibulares.
Conhecendo o método de perto, vi muitos mitos sendo desfeitos.
Esse mergulho foi importante e me fez enxergar que a infância preservada com o brincar diário ao ar livre, em contato com a natureza, seria um enorme presente que eu poderia dar à minha filha. Que o preparo dos alimentos em sala de aula, num Jardim de Infância que mais se parece com casa de Vó , daquelas avós de antigamente, seria uma benção. E que o aprendizado vem quando a gente experimenta/vivência as coisas muito mais do que quando nos são impostas. Ou quando decoramos.
Além disso, vivenciando essa filosofia, eu entendi que tenho muito de uma mãe Waldorf em mim e não sabia: prezo pelas brincadeiras ao ar livre, pelo não estruturado, pelo contato com a natureza, por uma alimentação saudável, pela alegria ao vir o uniforme imundo, pelo não ter pressa ao alfabetizar as crianças, pelo faça você mesmo, pelo artesanal, pelo artístico, pelo ritmo, pelos contos de fadas que leio todas as noites antes de dormir, pelo aprender comprovando as coisas experimentadas, pelo “a gente é capaz do que quiser”, se realmente quiser …
Em pergunta à professora do Jardim de Infância, eu disse não ser muito radical. E ela, com uma enorme sabedoria, me respondeu: “é preciso saber temperar a vida. Muito sal, a deixa intragável. Pouco sal, insossa. O tempero é seu toque pessoal, ninguém precisa ser igual”. Me senti não só acolhida, mas querendo cada vez mais dessa humanidade para a educação da minha filha.
Enfim, meu coração disse que deveríamos pertencer a essa comunidade. Então, mesmo gostando da escolinha que Clara esteve esse ano e minha profunda admiração pelos profissionais de lá, que Clara já ama de montão, ano que vem mudaremos em busca dessa nova filosofia de vida. Daremos esse mergulho, os três: eu, Clara e Rodrigo, pois lá é assim, os pais participam de tudo, com mão na massa mesmo.
Estou muito empolgada e certa da minha decisão.
Hoje será um dia em que levarei Clara para conhecer sua turma do ano que vem. Ela estudará de manhã agora.
Que venha 2018!
- Sala de aula do Jardim de Infância Waldorf
- Sala de aula do Jardim de Infância Waldorf
Você sabe a diferença entre uma metodologia de ensino convencional da pedagogia Waldorf? Fomos até uma escola de Jundiaí para aprender um pouco mais desse método que surgiu do filósofo austríaco Rudolf Steiner. O Programa Casa Brasil é exibido diariamente pelo Canal 25 da Net – Jundiaí
Gepostet von Programa Casa Brasil am Montag, 12. März 2018
Um beijo, Marrie
Leia mais em:
Roubo da infância em nome da educação? Por que empurrar a criança para o mundo adulto mais cedo?
O que acredito ser o maior desafio na educação de minha filha
Meu filho estuda numa escola Waldorf também! É maravilhoso vê-lo chegando com as roupas cheias de sujeira, a cabeça cheia de vivências saudáveis e o coração acolhido. Será nosso terceiro ano lá! E até agora só sinto tranquilidade ao saber como meu filho tem sido conduzido.
Que bom que fez sua escolha depois de ter se informado bastante, porque ainda hoje há muito preconceito com relação a pedagogia Waldorf.
Um beijo grande e muita luz na nova caminhada de vocês!
Carolina Teixeira Beto Nascimento
Minha grande transformação pessoal só adentrar uma escola Waldorf gerida por uma Associação foi a retomada da responsabilidade. Passamos a viver em um ambiente onde não são “eles” os culpados, e sim nós.
Temos responsabilidades imensas em acompanhar e garantir que estamos atentos e dispostos a ajudar, bem como a consciência de que há um tempo e um caminho para cada questão. O mais difícil foi aprender a consentir quando os rumos não são exatamente os meus, mas são os melhores que a comunidade pode decidir, já que não se trata de um serviço contratado, e sim de um esforço coletivo para uma sociedade livre é plena. Esse passo, tão difícil, foi libertador para nossa família!
Sejam bem-vindas à comunidade!
Fernanda Borsari Miguel
Você não vai se arrepender!!! Tenho um filho de 3 anos que está na Waldorf desde os 7 meses!!! As roupas vem imundas! E minha alma fica lavada!!! Amo a pedagogia, amo a escola e amo as jardineiras!
Ma, me passar contato da escola pls
Vivian Arena
Uau.. adorei.