Não é novidade que, a tempos, o Estado não garante condições básicas, como segurança para nós brasileiros, o que é uma vergonha. E, por mais que decidam fazer algo, a mudança estrutural leva tempo, ainda mais num caos político, como o que vivemos. Então, o dilema é: como sobrevivemos ao HOJE?
Chegamos ao ponto de nos questionar: “o risco de acidente é maior ou menor do que eu ser assaltada aqui e levarem meu filho, por não conseguir arrancá-lo da cadeirinha?”. Que pressão psicológica que chegamos!
Não prender uma criança na cadeirinha é infração gravíssima por lei (saiba tudo sobre a lei da cadeirinha aqui). Porém, não podemos negar que, no mínimo, vivemos uma neurose sobre o que faremos para rapidamente soltar nossos filhos no caso de um assalto.
Postei isso na Fanpage (veja aqui) uma matéria do G1, que fala de mães do Rio de Janeiro que não tem mais coragem de prender seus filhos na cadeirinha por conta do temor pelos assaltos e as declarações foram super tristes, representando essa realidade de insegurança em que vivemos no Brasil:
A que ponto chegamos, gente?Que país é esse? Confesso que temo duas coisas: um acidente horrível de carro e minha…
Posted by Mamãe Plugada on Montag, 14. August 2017
“A minha ainda senta na cadeirinha, mas já sabe soltar o cinto sozinha… quando fomos assaltados, avisei que tinha criança no banco de trás, o cara pacientemente tirou minha filha e me entregou… fico pensando se o Anjo da guarda dela não tivesse conosco aquele dia, como seria… mas enfim, mesmo levando o carro e tudo mais, ela guardou a parte que o “bandido foi bonzinho com ela!!” conta Érika, leitora do Mamãe Plugada.
“Penso nisso toda vez que entro no carro … não só assalto, mas em outras situações como acidentes. Ando sempre na BR, e tem muito lagos por aqui. Penso que se capotarmos, como irei tirar elas? Se terei que escolher quem tiro primeiro? Isso me perturba muito…”, desabafa Érika, outra leitora do site.
“Lamentável, mas se minha mãe não estivesse no banco de trás durante assalto para tirar minha filha de menos de um mês da cadeirinha, talvez não tivesse dado tempo”, relata Priscila, também na Fanpage Mamãe Plugada.
Na matéria do G1, foi entrevistado um psiquiatra, que diz que além da infração de trânsito, é um absurdo a gente passar nossos medos aos nossos filhos. Em teoria, concordo que não podemos transparecer isso, mas como sobreviver a esse Brasilzão sem ensiná-los a se soltar do cinto num caso de emergência? Muito complicado!
Também é complicado ensinar a soltar, pois aí é que a criança não parará quieta presa. E ai, como faz para pegar estrada?
Eu, Marrie, prendo minha filha na cadeirinha sempre, pois acredito que se eu a perde-la por conta de um acidente em que ela não esteja presa, jamais me perdoaria e ela ainda é pequena (3 anos). Mas confesso que me pego pensando em como faria para solta-la rapidamente num caso desses. Quando ela era menorzinha, demorou para eu conseguir sair com ela sozinha e, quando viajávamos em família, eu só ia no banco de trás.
Se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come! A que ponto chegamos! Que país é esse!
Pois é, triste mesmo! Absurdo! Mas nosso país tá nada mais, nada menos, que um absurdo! E precisamos sobreviver ao hoje, como diariamente as pessoas já estão fazendo, anos, aliás: se enclausurando em suas casas, entre grades, muros cada vez mais altos, presas em prédios, blindados, enquanto a bandidagem anda solta. É certo? Não é! Mas nada está sendo feito para mudar e, se por um milagre fizerem algo estrutural sobre esse sentido que há anos vivemos e não é novidade para ninguém (já poderiam ter mexido alguns pauzinhos), teremos resultados somente no longo prazo.
Por isso, visando viver (ou sobreviver) o agora, como sempre o brasileiro tem feito, deixo uma sugestão aos fabricantes de cadeirinhas e bebês conforto: por que não produzirem um modelo onde apertamos um botão de segurança na direção do carro e o cinto de segurança da cadeirinha se auto desprende (algo parecido com as cadeiras de aviões)? Seria interessante não só para assaltos, mas para acidentes de quedas em lagos, rios, mares e ribanceiras…
E você? O que pensa do assunto?
Um beijo, Marrie
Luiz Gustavo Sarubi Macchi
Muito dificil mesmo. Aqui onde moro tem muitos relatos. Então quando não estou andando no centro da cidade ( como tarefas do dia a dia…ir na pafaria etc) meu filho não fica preso na cadeirinha. Somente quando pego a BR. Infelizmente
É triste mesmo mas acredito que o risco de acidentes também é muito alto. Num impacto dificilmente um adulto, por mais forte que seja, consegue segurar a criança sem que a mesma se machuque. Acredito que numa situação de assalto é meter as caras para se virar pra trás e tirar a criança da cadeira. Jamais sair do carro sem ela, jamais! Sua sugestão seria um sonho.
Álvaro Esteves Bomconpagno Alves