Por que dar a luz a um bebê é e sempre será um ato natural da humanidade. Não importa sua escolha, seu filho virá naturalmente ao mundo, independente do tipo de parto. O parto é a única saída!
É nitida a batalha que acontece entre muitas mamães sobre o tipo de parto. Tanto é que no inicio do ano, a mídia aproveitou-se da polêmica deste tema e ficou brigando entre si, para afirmar se o bebê havia morrido devido ao parto em casa ou devido à cesária. Entre mil argumentos, cliques e mais cliques.
Quem quiser relembrar o caso, selecionei uma noticia que tenta apenas relatar os fatos, sem tanto sensacionalismo, dentre os vários shows de horrores que foram publicados. Triste como uma história tão pessoal tenha sido abordada de forma tão aproveitadora e desrespeitosa.
Demorei para digerir o assunto e conseguir falar sobre isso. É preciso coragem para expor opiniões em relação a temas que geram fanatismo. Mas fanatismo não é saudável e é preciso expor à teoria primordial de respeito aos seres humanos e aos nossos pares (no caso, outras mamães).
O mais importante é o bebê e mamãe estarem saudáveis. Acredito que a escolha da mãe, se pautada em opinião medica, deve ser dela. E PONTO. A maternidade já é tão cheia de desafios, por que já inicia-la com tamanha rivalidade?
Ativistas de um lado dizem que o percentual de cesáreas no Brasil são enormes. Sim, concordo. Mas essa bandeira de levar informação já aconteceu, tanto que é que está tão enraizada na cabeça das pessoas que mães que fazem cesárea agora precisam ficar dando satisfação aos que a rodeiam! O que era para informar, para conscientizar, já foi feito. Agora o ponto em que estamos move para a desunião materna por um motivo que não cabe a ninguém, a não ser aos envolvidos. Cabe à mãe escolher, pautada por seu médico. E se ela não tem discernimento para saber o que é melhor para ela e seu filho, cabe ao profissional de saúde que a orienta, não à sociedade palpitar, julgar ou pior – ROTULAR .
Agora está “na moda” o termo “parto natural”. Respeito imensamente a decisão de quem o faz de forma acompanhada. Aplaudo quem dá a luz sem remédios, desde que isso não se torne uma guerra ou invalide outros partos e decisões!
Nada contra o tipo de parto, mas tudo contra o nome do método, que já rotula.
Vamos lá: que é um nascimento natural mesmo? Quer dizer que nem todos os bebês são naturais? Eles já vem ao mundo contaminados com algum “ingrediente industrial”, não são “BPA free” ou contém “conservantes”? rsrsrs…
Brincadeiras a parte, prefiro o termo parto humanizado ou melhor, concordo com o título parto NÃO MEDICADO. Agora natural, soa como se parindo desta maneira faz com que esta experiência de parto seja mais válida do que as de mulheres que tiveram partos vaginais medicados, ou cesarianas. Além de gerar extremismo sem causa: já ouvi relatos de mulheres que pareciam preferir morrer à tomar medicações na hora do parto, para que a criança venha “naturalmente” ou ironicamente, “livre de parabenos”, ao mundo!
Se o corpo da mulher foi concebido com inúmeras habilidades, dentre elas a capacidade da maioria das mulheres de trazerem filhos ao mundo, isso faz com que independentemente da forma, o parto ser um ato NATURAL. Às vezes, as capacidades de nossos corpos são medicamente limitados, e, como resultado, a interferência científica ou médica é por vezes necessária. Mas o produto final é sempre o mesmo: aquele amor maior do mundo, lindos, fortes e ao mesmo tempo, tão frágeis seres humanos. Ah: todos vindos ao mundo “limpinhos” e naturais!
De novo: o que importa é mães e bebês sãos e salvos, felizes e saudáveis. Não é vergonha para ninguém ser medicado na hora do parto, seja ele vaginal ou cesárea. Tampouco é absurdo o desejo de uma mãe querer ter seu bebê em casa, com todo o aparato médico, e saber que se ela porventura precisar de alguma intervenção na hora do parto, que ela não será algo que fará do nascimento de seu filho menos natural do que de outra…
Antes de julgar ou rotular tipos de partos, lembrem-se que algumas mulheres sofrem e muito com dificuldade para engravidar. Outras, passam por gestações sofridas ou de risco e outras ainda tem imensas dificuldades na hora do parto. Às vezes relatam doer muito. Diante disso, algumas mulheres optam por aproveitar-se das descobertas da ciência para aliviar um pouco dessa dor, mas isso não significa que nesse momento viraram “menos mães” ou que os nascimentos de seus filhos devam ser considerados não naturais.
Ninguém te julga se você toma um chá ou toma um remédio para curar sua enxaqueca, desde que medicado por um especialista. Por que julgar – ou pior – rotular o nascimento de um bebê?
Um beijo, Marrie
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