Relato muito interessante de Michele Ruiz para Vogue Internacional, onde ela admite que tentou ser uma mãe polvo, daquelas que dão conta de tudo e que, como se acordasse para uma vida mais tranquila, percebesse que poderia sim facilitar sua vida e que perfeição trata-se de um peso social que não necessariamente precisa ser tomado como direcionamento à nós mulheres. Texto traduzido e adaptado pelo Blog Mamãe Plugada.
Imagem Site Vogue.com
“Algumas semanas atrás, após cerca de dois anos de dedicação total como mãe dona de casa, eu decidi parar. Não a maternidade, claro, pois essa é para sempre. Mas o trabalho doméstico.
A decisão foi numa semana particularmente conturbada. Eu estava trabalhando o tempo todo para atender muita demanda de trabalho, aliada às tentativas de passar tempo de qualidade com a minha filha, tempo para conversas adultas com meu marido, ligar para minha mãe, ver os amigos para o jantar, academia, e ainda terminar de uma vez por todas de ler meu livro, ao mesmo tempo em que buscava incessantemente manter meu apartamento limpo, organizado e abastecido com refeições equilibradas, mantimentos e fraldas. Mesmo com a ajuda do meu marido, que é um grande parceiro, era impossível dar conta daquilo tudo.
Uma vez que eu sempre amei meu trabalho (e meu salário) e preferindo não precisar escrever uma carta de despedida para o meu marido e filha dizendo que fugiria de verdade, rsrsrs, algo tornou-se muito claro: Era hora de começar a largar mão de um pouco do domínio doméstico. Se eu começasse a me debruçar em trabalho, obviamente precisaria não ser mais tão neurótica com a casa. Até recentemente, eu estava agarrada ao sonho de que eu poderia ainda de alguma forma, mesmo com meus objetivos profissionais, atender a um padrão modesto de deusa domestica com MBA na arte de cozinhar ao mesmo tempo que perfeitamente entreteria a minha filha adoráveis projetos DIY do Pinterest. Em suma, estava me agarrando a um nível de perfeição particularmente ridículo, dada sua intangibilidade.
Eu tinha que admitir: eu não podia e talvez nunca poderei, dar conta de tudo aquilo!
Sim, tenho o privilégio de não ter graves problemas, doenças serias ou viver fatalidades na família. Mas definitivamente não preciso passar a a ter, ou seja, adoecer, para buscar essa tal perfeição. Há tanta pressão da sociedade jogada sobre as costas das mulheres, um rito à perfeição: não basta sermos “””””só””””” (entre mil aspas) mães, temos que ser esposas e profissionais exemplares para sermos dignas de um lugar de igual para igual ao sexo masculino.
Depois de compartilhar a minha decisão com um grupo de amigos – e pais – que trabalham, a reação foi esmagadora: Admitir não poder abraçar o mundo é o melhor – ou talvez mais são – caminho a seguir. Claro, eu não posso terceirizar todo o meu trabalho doméstico, visto que não sou milionária, mas há inúmeras possibilidades, sejam elas em aplicativos, compras estratégicas on-line, e muitas outras maneiras de tornar a vida mais fácil. Tenho zero vergonha em admitir usar todas essas facilidades hoje.
E você? Ainda está tentando ser uma mamãe polvo (como admito inúmeras vezes tentar ser) ou está fazendo como Michele, reavaliando alguns pontos?
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Não cozinho há uns 2 anos e isso facilita demais minha vida! Cozinho somente para minha bebê. Cansei de ter que dar conta de tudo. Quando tentamos abracar o mundo, no fundo nada sai bem feito!
Exatamente!
Já estou a sete anos nessa luta kkkkkkkk
Síndrome da mulher polvo
Não é fácil não!!!!
Laurinha Machado lembrei do lance de cozinhar…rsrs
Vilma Patrícia.
Kkkkkkkkkk Dois anos é demais.