Quando finalmente identifiquei que não iria conseguir suprir minha insegurança de mãe de primeira viagens com coisas, parei de comprar tudo no enxoval da minha filha. Buscar o essencial é minha sina agora.
Por muito tempo, inconscientemente, tentei comprar o que um produto jamais seria capaz de entregar.
Suprir algum vazio existencial com muitas roupas lindas (quantidade). Buscava o equilíbrio em saltos fantásticos.
A paz de espírito na aceitação pelos que me cercavam, que em sua maioria, avalia SIM pelo rótulo.
Por muito tempo, esse foi um processo inconsciente. Só percebia que gastava mais na tristeza – e que aquilo ao invés de me ajudar – parecia esvaziar ainda mais meu ser.
Arrependimento por ter que trabalhar um mês inteiro para pagar itens que eu nem sequer houvera arrancado a etiqueta. O que era para me preencher de alegria, como no momento da compra, quando chegava a fatura, um sentimento de futilidade.
O consumo, segundo Yoskhaz, “nasce da necessidade cultural das pessoas de entender quem são e aonde caminham. Roupas, acessórios, carros, ideias enlatadas, maneiras de agir e falar tentam desesperadamente rotular o ser na tentativa de fazê-lo acreditar que pela casca se reconhece o valor da fruta. Em vão”. Percebi muito isso na #maternidade também.
Eu engravidei e, como toda mãe de primeira viagem, não me sentia pronta para aquela missão. Então, precisei comprar tudo, na busca de dar “o melhor” ao meu bebê, que me ensina a cada dia que o que ela precisa são de coisas inerentes ao ser: liberdade, amor, presença, afeto, exemplos.
Através desse insight busco uma vida com menos coisas. Pelo essencial. Ainda que preze pela qualidade, pois o belo e o design para meus olhos é artístico e perfuma minha essência.
Inconscientemente, eu estava comprando rótulos que nenhuma indústria poderia vender: a da boa mãe, a da mulher perfeita, a da profissional exemplar, a da perfeição tão difundida nas propagandas e redes sociais.
Quando entendi que meu vazio precisa ser preenchido com aprendizados, parei de comprar o que jamais iria me satisfazer.
E agora o próximo passo é limpar esse armário abarrotado para que eu enfim possa enxergar as belas vestimentas que tenho, mas não acho.
Assim como limpar a vida de coisas que só me causam ansiedade, mal estar e me afastam da evolução como ser humano.
Em busca da plenitude do ser.
Por @MarrieOmetto #reflexoesplugadas
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Ah o closet novo vai ficar vazio e a casa cheia
Achei que fosse seu o texto!
Curto alguns posts seus! Mas algumas fotos sao bem assim fora da realidade…roupas mães e filha sempre lindas ! Me fazem lembrar da unica roupa mãe e filha que não entra mais em mim… e que minha filha…pergunta pq eu nao uso mais! É tudo surreal! Roupas de banho….
Coisas que não iremos usar nunca! Respeito o direito de usar..mas passa a sensação de valorização do supérfluo!
Nada pessoal!
O texto é meu sim. Você tem o direito de ter sua opinião, mas como escrevi no MEU texto, estou mudando meu modo de ver o mundo, o que não significa que “não vá usar sal na minha comida”. O equilíbrio que busco é gradual e temperado.
Salgar demais, fica intragável. De menos, insosso. Busco pelo tempero… e nesse tempero, como eu disse no texto de minha autoria, eu gosto do belo. Da qualidade. Mas cada vez preciso de menos. Como num processo evolutivo.
perfeita resposta!
Impressionante como algumas pessoas não suportam o próprio fracasso, querem atingir os outros.
Marrie, seus textos são lindos, eu e minha bebê usamos muitas coisas inspirada em você e Clara. Bjos!!
Texto maravilhoso!
Olha que lindo Dienifer Fernandes
Parabéns pelo texto..
adoro seu trabalho.
Muito obrigada ❤️
Sensacional
Exatamente isso !!!! Lindo texto.
Obrigada, Tamires